Eu era um daqueles livros de capa feia, com o conteúdo bagunçado e meio confuso. Um livro do qual ninguém se atrevera a ler.
Guilherme.
"Eles dizem para você ser você mesmo e depois te julgam por isso” Era uma vez uma garota, pequena e frágil menina, que tinha suas inseguranças e medos guardados a si. Enfrentava suas próprias batalhas internas com força, será que era fácil lutar contra a própria mente? Apesar de tudo, ela conseguia superar e erguer a cabeça. Até o dia, em que teve que lidar com uma batalha que não era contra si mesma, ou contra algo que pudesse esconder e saber que poderia vencer. Ela se viu em uma situação em que superar parecia algo inalcançável e erguer a cabeça era tão difícil quando levantar da cama para mais um dia de dor. Ela não se viu diante de fantasmas, ela não se viu diante vilões dos desenhos que a doce menina assistia, nem de monstros, ok, não monstros comuns. Ela se viu diante de monstros de sua própria raça, não tão diferentes e capazes de esconder toda maldade por debaixo de uma cara de inocência. Ela não entendia o porquê deles serem tão cruéis, ela não fizera nada. Sua mãe sempre lhe dissera que ser diferente era seu charme, era ter sua própria marca e isso lhe fazia linda da sua própria maneira. Mas esse mesma diferença que aos olhos da mãe era bela, aos olhos dos outros tornava-lhe uma “aberração”; Ela estava perdida, escondia-se por trás de livros e em baixo de cobertores. A dor lhe consumia, antes fosse dor física, mas todas aquelas palavras e insultos lhe causava machucados que não saravam e ela sentia-se sangrando por dentro. Ela tentava lembrar que tudo iria melhorar, dias bons estavam por vim, porém a cada dia a situação da pequena só piorava, os insultos só aumentavam e a dor não sarava. Tentou por diversos caminhos dar um fim aquele tão imperdoável sofrimento, mas nada funcionava. Antes a menina alegre e com um sorriso contagiante no rosto e agora uma garota apática com a dor estampada nos olhos. Nenhuma outra maneira parecia ser possível para fugir de tudo aquilo, ela tentou ser forte e aguentar tudo mas aqueles monstros pareciam invencíveis e ela estava sozinha, perdida em sua própria solidão. Ela tentou, juro, tentou buscar a esperança. Mas no fim, ela não teve escolha.
E aquele foi seu último escape. Bruna, inacabar.
Ninguém vai entender o que você tá sentindo,ninguém nunca vai entender o tamanho da sua dor sem tá sentindo também. É simples pra todo mundo,mas pra você é desesperador e isso só vai te matando por dentro.
